segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Arrancadores de máscaras


Todos nós usamos máscaras,todo mundo,todos os dias,e às vezes nós a usamos demasiadamente que esquecemos de quem realmente somos,de quem realmente fomos e quem realmente queremos ser.E às vezes,se tivermos sorte,alguém aparece e nos mostra quem realmente queremos ser...Quem devemos ser.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

E agora nós?

São 15:00 horas aqui na África.Estou com uma criança no colo à espera de socorro.É uma menina de aparentemente 8 anos,muito magra,como você já pode imaginar.Ela começa a vomitar e dar crises de tosse,e eu inutilmente entro em desespero,grito por alguém,tento fazer sei lá o que para ajudá-la.Silencia-se então.Começo a chorar por lembrar daquela cena que me marcaria para sempre,choro porque sou tão UM NADA que só pude segura-la e abraçá-la.Fiquei dando o carinho que ela já nem  lembrava que um dia teve(seus pais morreram há muito tempo).Minhas lágrimas tocam o seu rosto empoeirado,e ela as pega e leva a boca,como tentativa de matar a  sede.Meu coração arde,acho que ele está encolhendo, está sangrando.Penso na maldade do ser humano,penso como quão robóticos nós estamos.Já faz tempo que a maioria de nós deixou de ser um HUMANO com SENTIMENTOS.Tenho raiva de mim mesma,raiva de não ter tido a vontade de ver essa terrível realidade tão de perto,raiva de não ter dado a importância necessária,raiva de já ser tão tarde para salva-lá,raiva desse meu lado robótico.Ela agora olha diretamente nos meus olhos.Não sei o que conseguiu ver através deles,mas sei que eu vi a minha utopia de um mundo feliz  se afastando cada vez mais,vi que a esperança para aquela criança foi embora,vi que a esperança de muitos ficou mais forte com a minha conscientização,vi uma criança que poderia estar em um colégio,estar brincando de boneca,se encantando com a natureza,mas que foi destruída pelo EGOÍSMO HUMANO,por fim,vi a felicidade de me ter ali,como se eu fosse algum ser celestial digna de adoração que veio aliviar a sua dor e ajudar nessa transição de voltar para o lugar de onde veio,o lugar que ela nem se lembrava como era ou aonde era,mas sabia que era o lugar de onde ela desejava não ter saído..Levantei os olhos,imaginei se eu tivesse feito essa viagem antes,talvez tivesse a encontrado e assim ajudado,talvez não,talvez nunca tivesse a conhecido.Então percebi que nada é por acaso.Eu tinha que passar por esse choque para poder levar  a sério,para poder ter forças de por a cara a tapa e poder ajudar a tantos que gritam socorro(e nós simplesmente fingimos não ouvir).Ela sorriu.Um sorriso que me agradecia,um sorriso de alivio.Começou a fazer então o mesmo que eu,enquanto  acariciava seu rosto,ela fazia o mesmo com o meu.As duas tentavam em forma de carinho,diminuir a dor da outra.A dor da morte que está por vim e a dor de ter a máscara tirada,de ter voltado a enxergar,e a culpa de não poder fazer muito.E conseguimos.Não falamos a mesma língua,mas entendíamos o sentimento da outra de uma forma tão mágica,de uma forma que nunca presenciei,nem em filmes.As mãos dela caíram,seus olhos fecharam,e como em filmes,seu pescoço descambou para um lado. Aquela tortura acabou.Ela se foi,virou um ANJO. E eu? Eu abracei aquele corpo,mas não apertei muito para não machucá-la(sei que ela já não estava lá).Minhas lágrimas ardiam e pareciam não ter fim.Não consigo descrever a dor.Nunca senti dor como aquela.Depois de alguns minutos um carro surgiu.Tarde de mais para aquele menininha,mas não tão tarde para os outros que ainda pedem socorro.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Será que acabou?!

Então,eu o vi.Trocamos olhares.Flashes do passado acumularam em  minha cabeça(e sei que a mesma coisa aconteceu com ele). Meu interior se perguntava se fiz bem,se era certo que terminássemos,se o amor realmente tinha acabado,e suspirava,pois ele estava tão lindo(como sempre).Nos cumprimentamos,perguntamos como estava a vida,o que cada um estava fazendo, e mais tarde, o que ambos realmente queriam saber,se tínhamos arranjado um outro alguém.A resposta foi a mesma,ambos solteiros.Coração palpitava e eu tentava inutilmente fazer com que ele parasse. Lembrei de imediato de um outro rapaz,o qual estou começando a gostar.É um sentimento novo ainda.Meu coração fez o favor de me lembrar que o único que eu amei(além daquele amor da descoberta da adolescência) foi o que estava ali na minha frente.Continuamos a conversar.Todos nos olhavam,e nós já sabíamos o que cochichavam e imaginavam –Eles ainda vão voltar e casar,olha como são lindos juntos,eles se completam...
Nós  percebemos o perigo que estávamos correndo de ficar tão perto um do outro mas,aceitamos o desafio.Estávamos incertos em relação ao sentimento.Eu tinha a certeza que já não o amava como antes,e ao mesmo tempo,tinha a certeza de que não iria esquece-lo.Recordei então do momento em que terminamos.Eu,com lágrimas nos olhos e com o coração sangrando,disse: Acho melhor pararmos de nadar contra a maré.Já estamos sem fôlego,quase nos afogando.Eu te amo,e é por te amar e por me amar que estou dizendo isso.Vamos descansar e deixar que a Maré da Vida nos Leve.
Sentindo a mesma dor que eu sentia,ele entendeu e concordou comigo.Choramos juntos aquela noite.Lembramos do casal Romeu e Julieta,e decidimos que o nosso fim não seria igual o deles.Iríamos viver,tocar a vida.E assim fizemos.Nos beijamos,com o carinho do primeiro beijo e a intensidade do último.Saímos,e sem olhar para trás,seguimos o nosso caminho.E foi exatamente isso que fizemos novamente.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Tenho medo de esquecer de mim e só lembrar de você! Tenho medo desse sentimento. Medo de olhar nesses olhos que me transportam para tantos lugares onde nunca fui,medo desse seu sorriso que me cura,que cura meu vazio,minha tristeza,minha raiva,mesmo não querendo que nada disso seja curado.Medo de te perder,medo de me perder ao te perder.Medo de que esse seja mais um amor platônico.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Observe e reflita

Nova rotina


Começo a andar e vejo aqueles rostos,que agora já são conhecidos,sempre a passar por aquelas ruas e no mesmo horário.Caminhos diferentes,uns vem,outros vão,mas sempre a o encontro.Meses que isso acontece e ninguém sabe o nome do outro.As vezes o sorriso de um me ajuda a superar uma tristeza,uma dor.E no outro dia sou eu que lanço logo o sorriso como se estivesse agradecendo.E no meio daquela velha rotina laços invisíveis vão sendo formados.